Esse é o guia que você procurava para implementar rapidamente a observação do comportamento da sua equipe, garantindo a segurança do trabalho, evitando erros, desvios e acidentes que coloquem em risco a operação e o seu negócio.
Fundamental para a prevenção de riscos, especialmente na indústria, a observação de segurança do trabalho permite abordar comportamentos arriscados, assim como possibilita potencializar boas atitudes, gerando um ciclo virtuoso na operação.
Nesse artigo você encontrará dicas para adotar uma cultura de valorização da segurança e como gerir processos com eficiência para reduzir erros e prevenir perdas.
E o melhor: irá descobrir novas práticas, tecnologias e oportunidades de melhoria, a partir da observação dos comportamentos de sua equipe.
Observação comportamental de segurança: o que é?
Segundo Herbert William Heinrich (1886-1962), um dos pioneiros nos estudos em prevenção de acidentes e segurança industrial, 88% dos incidentes de trabalho são desencadeados por comportamentos de risco.
Assim, a observação comportamental de segurança foca em diagnosticar comportamentos negativos e positivos dos colaboradores, com o objetivo de implementar um ambiente com segurança máxima na operação.
Dependendo de seu porte, uma organização pode enfrentar diversos tipos de riscos.
Pequenas lesões laborais, geralmente detectadas pelos índices de incidentes; acidentes graves ou fatais, ou até mesmo acidentes tecnológicos de grandes proporções com impacto ao meio ambiente ou a população.
Esses são alguns exemplos onde a observação de segurança pode contribuir para prever e controlar riscos.
Mas é correto destinar a todos esses riscos o mesmo esforço de contenção e gestão? A seguir você vai descobrir o que indicam as teorias mais atuais de Gestão de Risco.
De qualquer forma, já ficou claro que, além de garantir uma operação segura, a política de observação inspira uma cultura de qualidade, que reconhece e incentiva a atitude diligente e eficaz da equipe.
E qual a sua importância?
O comportamento dos funcionários é influenciado pelas atitudes de cada indivíduo e também pela cultura organizacional.
As atitudes do funcionário são determinadas por fatores como motivação pessoal, personalidade e motivação situacional.
Dessa forma, a cultura organizacional pode influenciar o comportamento pessoal, de maneira positiva ou negativa, com impacto direto na segurança dos processos.
Quando a empresa adota uma rotina de observação da segurança, além de garantir a qualidade, ela valida para o grupo a importância da prevenção de riscos para a cultura e objetivo da empresa.
Apenas isso já seria um excelente motivo para adotar a política de observação. Mas, além disso, estudos apontam para a relação direta entre o volume de pequenas ocorrências frequentes e o total de acidentes de grande impacto nas corporações.
Pirâmide de Frank Bird criada com base na teoria de Heinrich.
“Todo acidente tem uma causa, nenhum acidente acontece por acaso.” Hebert William Heinrich
Por muito tempo, a prática das organizações buscava reduzir o número de ocorrências na base da pirâmide de Bird, com o objetivo de reduzir as demais ocorrências proporcionalmente.
No entanto, a teoria mais moderna aponta que quando feita uma análise mais detalhada dos incidentes da base, é possível separar aqueles que têm maior potencial de impacto para o negócio.
Dessa forma é possível priorizar de maneira estratégica ações que devem ser tomadas imediatamente para controlar riscos de maior impacto.
Esse conceito é conhecido como Diamante de Prevenção:
Dessa forma, a ação de registrar, analisar e acompanhar deve estar focada nos Pequenos Acidentes com Alto Potencial de Impacto.
O importante é, então, filtrar todos os incidentes e focar recursos e energia naqueles que podem gerar problemas mais sensíveis para o negócio, para a equipe e para o meio ambiente.
Identificados os riscos mais importantes, adote uma gestão estratégica de segurança: descubra a raiz dos eventos e compreenda suas causas.
Os índices de incidentes são indicadores, mas apenas a observação preventiva com foco em garantir a segurança comportamental no trabalho, garante a transformação da cultura da empresa.
E atenção: erro humano é uma consequência e não a causa! Por trás do erro humano há sempre uma série de origens técnicas e questões organizacionais muito mais profundas. Encontre essas causas e crie seu plano de ação!
Assim, além da prevenção de riscos, acidentes e erros, a política de observação vai otimizar a operação, reduzir custos, evitar gastos com manutenção e proteger a imagem da empresa, permeando uma cultura de qualidade e excelência para toda a organização.
O que são DPSS (Diálogos Preventivos de Segurança e Saúde)?
Os Diálogos Preventivos de Segurança e Saúde são encontros periódicos que focam em prever e prevenir possíveis riscos à saúde e segurança no trabalho.
Os encontros podem ser diários ou semanais, mas o tema de cada diálogo deve ser planejado de maneira estratégica
Para isso, deve-se priorizar itens cruciais para o negócio e endereçar ocorrências frequentes, diagnosticadas durante as observações das áreas, ou reveladas por indicadores de desempenho em checklists de qualidade, por exemplo.
Outro aspecto essencial a ser endereçado nos encontros é o motivacional, já que a pressão, o estresse e o cansaço da equipe podem frequentemente desencadear menor atenção à operação, gerando erros e acidentes.
O objetivo principal dos encontros deve, então, ser a comunicação, conscientização, transparência e integração da equipe, para que a cultura de qualidade e prevenção de riscos permeie a operação.
Para isso, algumas ferramentas podem ser usadas com excelentes resultados:
Compensatórias (Motivacionais)
O reforço de comportamentos positivos e inspiradores é um ótimo mecanismo para catalisar a atitude esperada da equipe, melhorando o clima organizacional.
Use essas ferramentas para motivar a equipe:
Alinhe metas e objetivos com o time
Trabalhe junto com a equipe
Valorize as boas práticas
Crie rotinas de feedback
Invista em um ambiente de trabalho saudável
Engaje e encante sua equipe
Entre os métodos de compensação usados estão o reconhecimento de boas práticas, a promoção dos benefícios e resultados do sistema de observação, recompensas financeiras e motivacionais.
Quando o assunto é recompensa, mais uma vez o segredo é escutar e descobrir o que é valorizado pela sua equipe.
Corretivas (Direcionais)
As ações corretivas visam endereçar os principais problemas identificados nas observações e nos indicadores de qualidade, tratando erros e informando de maneira objetiva as ações necessárias para prever e prevenir futuros riscos.
Geralmente é definido um plano de ação, determinando responsáveis, prazo e etapas para a correção do erro ou desvios na segurança do trabalho.
5 etapas para a observação comportamental eficaz
1. Comunicando e apresentando o processo
O diálogo é o segredo do sucesso. Informar quem será observado sobre o motivo e os objetivos da ação é fundamental para que a observação seja vista de maneira positiva pelo grupo. Assim, é importante:
Incluir a equipe mostrando que quem atua é quem conhece melhor os possíveis riscos da operação em análise.
Além de observar, escutar a equipe para entender possíveis barreiras invisíveis, como o cansaço, por exemplo.
Procurar não atrapalhar a rotina, observando, fotografando e documentando de maneira tranquila e sem juízo de valor.
2. Acompanhe e observe comportamentos
Seu objetivo deve ser se integrar. Busque fugir da posição de espectador e tente compreender, acompanhando cada etapa da rotina e observando a atitude e o comportamento dos envolvidos.
Para guiar sua observação você pode seguir esse passo a passo:
Entre em campo sem atrapalhar
Observe a atividade de maneira macro
Observe os detalhes da atividade
Verifique os procedimentos de segurança já estabelecidos (EPI, EPC...)
Escute, entenda e converse
Documente os comportamentos positivos para multiplicar para o restante da equipe
Registre os comportamentos negativos para definir um plano de ação
3. Investigue e questione
Não conclua sem antes perguntar. Se a sua observação indica um ponto de atenção, procure entender com os envolvidos se o que você observou contempla todas as etapas do processo e a complexidade do sistema.
Muitas vezes, uma atividade pode sofrer influências invisíveis, como um prazo curto que acelera o processo e aumenta o risco, por exemplo.
Faça perguntas e procure entender:
Por que você decidiu fazer assim?
Já existe algum procedimento para essa atividade?
Você se sente seguro fazendo isso?
A investigação mais detalhada revela aspectos da cultura organizacional que podem ter impacto na segurança e que precisam ser compreendidos, antes de qualquer intervenção, para o sucesso das ações.
4. Reforce e instrua quanto às práticas adequadas
Se durante a sua observação você verificou uma inadequação objetiva, como a ausência de EPI (Equipamento de Proteção Individual), por exemplo, você pode e deve instruir sobre a importância e necessidade do que precisa ser corrigido.
No entanto, ao dar um feedback em campo, sempre busque estar atento à linguagem. Coloque o foco no problema e não na pessoa. E defina de maneira objetiva a prática ideal a ser adotada.
5. Demonstre preocupação
A empatia é muito importante para o observador. Se a equipe percebe que a presença do observador representa uma preocupação com o bem-estar e o resultado de todos, o sucesso do acompanhamento das atividades é facilitado.
Por isso, escolha as palavras certas ao dar um feedback para uma ação que precisa ser corrigida: em vez de dizer “isso é um risco”, diga “fazendo isso você não está seguro”.
Lembre-se: confiança e respeito devem direcionar o diálogo ao dar um feedback em campo.
Como usar um software de inteligência na observação de segurança?
Analise seu negócio e defina quais pontos da operação podem ser sensíveis para a segurança do trabalho. Você tem dados suficientes para prever e prevenir riscos na operação?
Então comece a usar a tecnologia para criar um banco de dados de segurança que vai garantir a qualidade dos processos da sua empresa e permitir ações preventivas.
Com os pontos cruciais identificados durante as observações, monte checklists digitais das etapas de prevenção de acidentes para a equipe.
Organize as prioridades e desdobre o seu checklist em outros acompanhamentos para os agentes envolvidos diretamente com o processo.
A partir dos checklists, você pode criar indicadores de desempenho, acompanhar ações de correção em mais de uma área e encontrar tendências de risco.
Muitas vezes, o mais difícil nas empresas é informar toda a equipe sobre cada ponto do processo que foi desenhado.
A tecnologia, nesse caso, também é excelente alinhada, já que permite comunicar e controlar a execução dos parâmetros definidos para as tarefas.
Softwares inteligentes, como o Moki, são também uma excelente maneira de acompanhar os relatórios de ação corretiva, indicadores de falhas e desvios e o andamento das atividades de qualidade, através de itens de acompanhamento personalizados.
Quando o assunto é prevenção de riscos, a tecnologia pode ser um excelente suporte de monitoramento, correção e comunicação, para que a cultura de segurança permeie as diversas áreas da empresa.
Conclusão
Como pudemos ver, a observação do comportamento de segurança da equipe, quando feita de maneira objetiva e estruturada, pode trazer benefícios para a cultura da organização, para a segurança do trabalho e até mesmo para o resultado financeiro do seu negócio.
Após identificar os pequenos incidentes com alto potencial de impacto para a operação, é possível analisar de maneira estratégica como abordar ações de prevenção e ações corretivas, garantindo que os maiores riscos para o negócio estejam controlados.
Ao observar o comportamento de segurança em campo, uma visão qualitativa da prevenção de riscos se revela.
E essa visão, destaca comportamentos individuais, desvios na cultura e outros aspectos que podem ser tratados de maneira eficiente, assegurando a excelência na execução dos protocolos planejados.
Aliado a isso, o acompanhamento de indicadores, com o suporte da tecnologia, é indispensável.
Entre as possibilidades estão a criação e divulgação de checklists eletrônicos de conferência dos modelos de segurança estabelecidos, além da comunicação e divulgação de objetivos, resultados e reconhecimento.
O acompanhamento próximo da equipe nos pontos cruciais da operação, associado a ações estratégicas com suporte tecnológico, possibilita uma abordagem coordenada, com um objetivo fundamental para o negócio: a segurança.
Então não perca tempo! Acompanhe de perto a operação, identifique os pontos de aperfeiçoamento, desenvolva um plano de ação, use checklists de acompanhamento, e comunique a relevância das ações para o sucesso do negócio e para a segurança de cada colaborador.
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